Além das lembranças (boas e más) quem um dia foi casado no papel vai ter que carregar pra sempre outra "herança". E nem adianta reclamar!
Você pode até, ter tomado um chá, pra esquecer até do nome da figurinha com quem você um dia jurou amor eterno, e cujo desfecho não foi tão terno assim. Mas a lei não vai te deixar esquecer.
Acabo de descobrir isso. Pois precisei da certidão do divórcio.
Chego no cartório, dou o meu nome e peço a certidão:
O homem do cartório olha pra mim, como se eu fosse um ET, e diz:
-" Como é o nome do seu marido?"
-"Não é marido, é
EX marido!"- Respondo.
-"Mesmo assim, senhora. A busca só pode ser feita pelo nome do
marido".
Como assim cara pálida , quer dizer que eu não posso usar meu própio nome pra bucar a "minha" certidão? Não, não posso. A regra é que seja pelo nome do cônjuge "
HOMEM".
E eu, já puta da minha vida, sou obrigada a aceitar, afinal, não foi o homem do cartório quem fez a lei!
Ele vai lá, pega o livrão e acha o "assento" do evento. Traz pra que eu veja, e eu reconheço a minha assinatura. Sim, eu um dia, há muito tempo atrás, assinei aquele livro crendo piamente que seria pra sempre!
O homem vai lá dentro e traz um formulário e um boleto.
Pra completar, o boleto com a taxa que precisava ser paga veio no nome do
EX, também. Isso ai, foi o cúmulo do machismo. Eu paguei, mas pra todos os efeitos quem pagou foi ele. Apesar do dito cujo não pagar mais as minhas contas há séculos!
Espero, sinceramente que um dia acabe esse machismo latente, que coloca nós mulheres sempre em posição subalterna. Dependentes do homem, até quando não dependem mais dele pra nada.
Não foi pra sempre o casamento. Mas será pra sempre a certidão com os nossos nomes misturados! Pelo menos isso, valerá pra nós dois.
Na hora, pensei em tirar uma segunda via do meu registro civil. Mas essa saida é contra a lei, segundo minha irmã
futura advogada, consultada posteriormente.
Só me resta protestar por aqui.
O estado civil "divorciada", eu não faço questão, declaro na boa. Só gostaria de ter minha certidão de nascimento de volta. E que futuramente, essa lei machista seja revista.